Projeto social incentiva mulheres a ingressarem no mercado de tecnologia

A área de tecnologia é um campo em constante crescimento e evolução, impulsionado pela demanda por profissionais qualificados. No entanto, apesar desse crescimento e da necessidade de talentos na área, as mulheres ainda estão sub-representadas nesse setor. De acordo com um relatório recente intitulado “Panorama de talentos em tecnologia”, realizado pelo Google for Startups em parceria com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups) e a Ravelo em 2022, estima-se que até 2025 o déficit de profissionais de tecnologia possa chegar a 530 mil, enquanto apenas 12% das mulheres atualmente atuam no setor de TI no Brasil.

Barreiras para as mulheres na Tecnologia

O relatório também revelou que 51% das startups entrevistadas acreditam que existem grandes barreiras para as mulheres atuarem na área de Tecnologia. Essas barreiras podem ser atribuídas a vários fatores, como falta de estrutura, idealização, referência e exemplo. Muitas mulheres que desejam ingressar na área de tecnologia enfrentam desafios desde o início, devido a vieses inconscientes e estereótipos de gênero que ainda persistem nas empresas. Essas barreiras acabam desencorajando as mulheres, fazendo com que elas duvidem de sua capacidade e sintam-se inseguras. Além disso, a falta de liberdade para cometer erros e experimentar pode minar sua confiança, autoestima e possibilidades de crescimento na área.

Desafios enfrentados pelas mulheres na Tecnologia

Flavia Arantes Pires Lage, uma profissional de tecnologia e AWS Technical Trainer na Escola da Nuvem, comenta sobre os desafios enfrentados pelas mulheres no campo da tecnologia. Ela destaca que as mulheres interessadas em ingressar nesse setor encontram barreiras culturais e sociais que se manifestam em diferentes níveis dentro das empresas. Embora o mercado de trabalho de tecnologia tenha sido precursor em projetos de inclusão e diversidade, enfrenta-se ainda muitos desafios.

Flavia compartilha sua própria experiência ao entrar na área de tecnologia. Apesar de já ter tido contato anterior com a área, ela decidiu se dedicar à tecnologia mais tarde, iniciando um curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. No entanto, ela enfrentou desafios desde o início, incluindo a insegurança de começar do zero em uma nova faculdade aos 28 anos, sendo mãe de um bebê pequeno e o medo de não ser aceita ou encontrar um ambiente hostil.

A importância da inclusão e capacitação

No entanto, Flavia encontrou oportunidades e apoio para iniciar sua carreira no campo da tecnologia. Ela começou como estagiária em banco de dados, onde teve a oportunidade de conhecer o universo de computação em nuvem. Durante sua jornada, ela se envolveu com a Escola da Nuvem, uma organização sem fins lucrativos que capacita e certifica gratuitamente mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade social, além de buscar inseri-las no mercado de trabalho.

A Escola da Nuvem oferece uma variedade de cursos abrangentes e parcerias com grandes empresas de tecnologia. Além disso, a instituição fornece suporte em termos de desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais, preparação para carreira e acesso a oportunidades de emprego. Flavia destaca a importância de criar um ambiente seguro, onde as mulheres possam se sentir pertencentes e receber apoio, tanto em termos técnicos quanto emocionais.

Conselhos para mulheres que desejam ingressar na área de Tecnologia

Flavia oferece conselhos para mulheres que desejam entrar na área de Tecnologia, mas se sentem inseguras. Ela enfatiza a importância de buscar comunidades e projetos que promovam a colaboração e um ambiente seguro. Encoraja as mulheres a enfrentarem corajosamente as dificuldades e a buscarem apoio quando necessário. Além disso, ela recomenda a leitura sobre a síndrome do impostor e a promoção de diálogos abertos sobre questões de gênero. É fundamental que as mulheres se sintam seguras e denunciem qualquer tipo de constrangimento, abuso ou retaliação.

A importância da diversidade e inclusão no mercado de trabalho

Flavia ressalta que as empresas devem adotar medidas concretas para promover a diversidade e a inclusão no mercado de trabalho. Isso inclui estabelecer metas claras de representatividade de gênero, implementar políticas de igualdade salarial, oferecer programas de mentoria e desenvolvimento específicos para mulheres, e criar um ambiente de trabalho inclusivo onde todas as vozes sejam ouvidas e valorizadas.

Essas ações não apenas beneficiam as organizações, mas também o mercado de trabalho e a sociedade como um todo. Quanto mais mulheres estiverem envolvidas na área de tecnologia, mais oportunidades serão criadas para conquistar cargos de liderança. A representatividade inspira outras mulheres a buscar posições de destaque, quebrando barreiras e superando estereótipos. Por meio de ações coletivas e persistentes, será possível superar as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho de tecnologia e criar um ambiente mais igualitário para todos.

Embora a área de Tecnologia enfrente uma escassez de profissionais qualificados, as mulheres ainda estão sub-representadas nesse setor. Barreiras culturais e sociais, vieses inconscientes e estereótipos de gênero são alguns dos desafios enfrentados pelas mulheres interessadas em ingressar na área de tecnologia. No entanto, existem iniciativas, como a Escola da Nuvem, que buscam capacitar e certificar mulheres, oferecendo suporte e oportunidades para seu crescimento profissional.

As mulheres têm muito a contribuir para o campo da tecnologia, trazendo perspectivas únicas, inovação e criatividade. À medida que mais mulheres ocupam posições de destaque, a representatividade inspira outras a seguirem o mesmo caminho, criando uma cultura mais inclusiva e diversa. A superação das barreiras enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho de tecnologia é um objetivo que pode ser alcançado por meio de ações coletivas e persistentes.

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