De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), mais de 3,5 bilhões de indivíduos devem precisar de produtos assistivos até 2050. Para endereçarem essa realidade, o Itaú Unibanco e a Alura Para Empresas anunciaram o lançamento de um novo curso de tecnologia assistiva (TA), visando potencializar a acessibilidade oferecida por esses recursos dentro do mercado e da sociedade como um todo.
As aulas buscam aprimorar habilidades digitais, principalmente no que se refere à configuração do sistema operacional Windows e à navegação básica no Google Chrome. No processo de aprendizado, os estudantes serão ensinados, por exemplo, a utilizar leitores de tela e ajustar a lupa com alto contraste.
Ministrado pela engenheira de software do Itaú Louise Suelen Araujo Reis, que também é uma pessoa com deficiência visual, o curso ficará disponível para todos os estudantes da escola de tecnologia. Segundo Rodrigo Dantas, diretor de Tecnologia do Itaú Unibanco, a instituição já possui há alguns anos uma política interna que estabelece a acessibilidade como uma diretriz essencial para os canais e plataformas digitais do banco.
“Para o Itaú, acessibilidade é um assunto prioritário. Há mais de oito anos, contamos com uma área dedicada a testes de acessibilidade em tecnologia formada por pessoas com e sem deficiência, em um trabalho que consiste em garantir que todos os produtos, serviços e jornadas de nossos canais sejam desenvolvidos de forma acessível. Agora, com o lançamento deste novo curso em parceria com a Alura, esperamos não apenas ampliar o conhecimento sobre acessibilidade digital, mas também sensibilizar cada vez mais profissionais e futuros profissionais de tecnologia de todo o mercado sobre a importância e a urgência deste tema”, explica Dantas.
Já para Rita Ruas, Gerente de Customer Success da Alura Para Empresas, a ideia do formato é justamente contribuir para a construção de um setor tech inclusivo, que atenda às necessidades de todos os usuários de maneira igualitária.
“Nosso propósito não é apenas ensinar a utilização de ferramentas tecnológicas de forma integral, mas também garantir que os estudantes mergulhem no universo da inovação sem restrições. Assim, formaremos profissionais capazes de criar produtos e serviços disruptivos, promovendo a conscientização sobre a importância de um mundo com oportunidades iguais”, destaca a executiva.
Como o desenvolvimento em tecnologia pode contribuir com as TAs?
Estimativas da Coherent Market Insights apontam que o mercado global de TA alcançará US$ 26 bilhões até 2024, quase o dobro dos US$ 14 bilhões atingidos em 2015. A própria variedade de representantes da categoria demonstra esse crescimento, como é o caso dos inúmeros assistentes virtuais guiados pela Inteligência Artificial (IA). Por exemplo, a Siri, da Apple, auxilia as pessoas a usarem dispositivos digitais por meio de comandos de voz.
No entanto, Ruas reforça que, junto da criação de novas ferramentas, também é preciso educar as Pessoas com Deficiências (PcDs) sobre como usá-las para suas demandas específicas. “Muitos desconhecem como as TAs podem colaborar com a produtividade, tanto no âmbito pessoal quanto profissional. Ou seja, é uma área que possui aspectos educacionais individualizados, indo além do fator conceitual. Portanto, com estratégias de aprendizado que destrincham todas as funções desses recursos, poderemos nos tornar verdadeiros agentes da transformação”, conclui.