VivaTech 2025: ApexBrasil e Sebrae levam delegação recorde de 40 startups brasileiras para o centro da inovação europeia 

Está será a 7ª vez consecutiva que a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), junto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Mirco e Pequenas Empresas (Sebrae) e com apoio da Embaixada do Brasil em Paris, participa da Viva Technology (VivaTech) – um dos maiores eventos de inovação e tecnologia do mundo que ocorre anualmente na capital francesa. Desta vez, o número de empresas que representarão o Brasil no evento será o maior de todos, um total de 40 – no ano passado foram seis -, o que revela o avanço do país em termos de desenvolvimento tecnológico e inovação. 
 

Levar um número recorde de startups brasileiras à VivaTech é a prova do potencial do Brasil como um polo global de inovação. Temos talentos, soluções tecnológicas escaláveis e um ecossistema criativo que responde aos desafios do presente com visão de futuro”, afirma a gerente de Indústria e Serviços da ApexBrasil, Maria Paula Velloso. 
 

Além de maior número, a delegação brasileira desta edição se destaca em função da variedade de setores atendidos e soluções oferecidas, além da diversidade geográfica e de gênero e da maturidade das empresas que a compõe. São 40 empresas de todas as regiões do país, que oferecem soluções escaláveis e voltadas para os desafios globais, como energia limpa, IA responsável, educação, sustentabilidade e inclusão digital. 
 

A delegação brasileira à VivaTech 2025 é um reflexo da diversidade e do dinamismo do nosso ecossistema: temos startups lideradas por mulheres, vindas de todas as regiões do país, com propostas ousadas nas áreas de energia limpa, saúde, agricultura sustentável, educação e inteligência artificial ética. O Sebrae tem orgulho de contribuir com a curadoria e apoio dessas trajetórias”, destaca o gerente da Unidade de Inovação do Sebrae, Paulo Renato Cabral. 
 

É estratégico que a tecnologia brasileira seja cada vez mais reconhecida globalmente como sinônimo de criatividade, sustentabilidade e impacto positivo”, reforça Pedro Henrique Zacarias, chefe do Setor de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTEC) da embaixada do Brasil na França. Segundo ele, a participação no VivaTech, um dos maiores eventos de inovação do mundo, contribui diretamente para reforçar esse posicionamento e agregar valor à marca- país. “O salto de uma delegação de seis startups no ano passado para quarenta este ano é também altamente simbólico, especialmente no contexto das celebrações do Ano Brasil-França 2025, que marca os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países”, complementa.
 

A proposta dessa iniciativa é apresentar ao público europeu, principalmente o francês, o que o Brasil tem de mais inovador. Para as startups brasileiras, o VivaTech representa, sem dúvida, a principal vitrine de acesso ao mercado francês de inovação, além de uma oportunidade única de internacionalização, parcerias estratégicas e visibilidade global. 
 

Delegação brasileira  

Ao todo, 268 startups nacionais se inscreveram. A seleção, realizada com o apoio do Sebrae, usou critérios objetivos como maturidade da empresa, impacto socioambiental, curva de inovação, escalabilidade, liderança feminina, tração com o mercado europeu, entre outros. 
 

Do total das selecionadas, 54% têm liderança feminina. Os setores de maior representatividade são: tecnologia da informação, com 9 startups; saúde e bem-estar (healthtech e biotech), com 7 startups.; e agronegócio (agtech e foodtech), com 4 startups. Mas há ainda empresas do setor de educação, finanças, logística, sustentabilidade, óleo e gás, entre outros. 
 

O evento será em Paris, na França, de 11 a 14 de junho. O pavilhão brasileiro estará em posição central no Paris Expo Porte de Versailles, local do evento. O espaço servirá de apoio para reuniões de negócio, apresentações de pitch e networking. 
 

O VivaTech 2025 reunirá startups, líderes de tecnologia, grandes empresas, instituições públicas e investidores de mais de 40 países. São esperados mais de 160 mil visitantes, 13 mil startups e 3.200 investidores. 

Confira AQUI a lista de startups que compõem a delegação brasileira na VivaTech 2025. 
 

De olho na mitigação climática 

A startup Coill, climatech de Porto Velho (RO), é uma das participantes. A empresa desenvolveu uma IA de identificação de espécies da floresta amazônica que pode gerar renda para os pequenos produtores rurais, tornando-os protagonistas da conservação ambiental e da mitigação climática. “A Coill integra inteligência artificial avançada, análises preditivas sofisticadas, processamento de big data e sensoriamento remoto. Essa combinação tecnológica permite uma precisão sem precedentes na identificação e otimização das melhores áreas e técnicas para cultivo sustentável da macaúba, gerando um gigantesco impacto social e ambiental positivo”, explica o CEO da empresa, Fabio Bannesby Marques. Para ele, a expectativa de participar do evento é de ampliar a visibilidade global da startup e conectar-se a potenciais investidores estratégicos. 
 

Diversidade em pauta  

TOP 10 da Expofavela Innovation RJ 2023 e também TOP 20 da primeira Expofavela Brasil, a startup carioca Preta Porter, beautytech criada em 2020 com foco no afro luxo – valorização e empoderamento das mulheres negras -, desenvolve e oferece novas tecnologias capilares para cabelos crespos, cacheados e ondulados. “Nossa empresa está no processo de internacionalização, estamos em negociação com alguns países da África”, explica a sócia fundadora da empresa, Tais Baptista. Profissional da língua francesa, ela conta que modelou a empresa para o mercado europeu com base na experiência que teve ao morar em Nice, na França, na época da faculdade. “O mercado francês é um mercado muito promissor para a gente e estamos muito felizes de participar desse evento com o apoio da Apex. As expectativas com a VivaTech estão a mil. Queremos muito conhecer outras startups, fazer conexões e network”, afirma Tais. 

Tecnologia acessível para o meio rural 

A Agtech do Ceará Muda Meu Mundo foi fundada em 2019 com a missão ajudar na comercialização de produtores rurais, pincipalmente os pequenos. “Oferecemos aos produtores um ecossistema que vai desde a venda, a emissão da nota fiscal, até a parte do crédito, isso com uma linguagem e uma tecnologia chamada “farmer first”, que é pensada para ser acessível ao produtor rural”, explica a fundadora e CEO da startup, Priscilla Veras. “Para que isso tudo aconteça, a gente se relaciona diretamente com indústrias, varejos e bancos, que também usam o nosso sistema para se conectar com produtores para abrir novos mercados”, reforça. Priscila conta que a empresa ainda não está internacionalizada, mas está pronta para avançar. “Acabamos de terminar toda a parte de adaptação do nosso modelo para ser escalável em nível internacional, e por isso a VivaTech vai ser tão importante, para ganharmos visibilidade, visto que o produto pode ajudar produtores do mundo inteiro”, afirma Priscila. 
 

O ecossistema brasileiro de inovação 

O Brasil conta hoje com mais de 19 mil startups, segundo o Observatório Sebrae Startups. A maioria delas ainda se encontra em fases iniciais: 23,34% em fase de ideação e 33,65%, em validação. Outros 26,76% estão na fase de tração, que é caracterizada pelo crescimento e ganho de maturidade do negócio. A partir dessa fase, as startups que conseguem se manter no mercado entram na etapa de crescimento e escala, com foco em ampliar a base de clientes, consolidar o modelo de negócio e expandir o mercado. Segundo o Observatório, 16,2% das startups brasileiras estão em fases de crescimento e escala.  
 

A participação em missões de internacionalização tem se mostrado um ponto de virada para o crescimento das startups brasileiras. Ao participarem de eventos globais de inovação, essas empresas ganham não apenas visibilidade internacional, mas acesso direto a investidores, novos mercados e redes estratégicas que aceleram sua evolução. 
 

Mercado francês  

Para ajudar as empresas brasileiras a entenderem melhor os ecossistemas de inovação de diferentes países, os Setores de Ciência, Tecnologia e Inovação (SETECs) do Itamaraty publicaram uma série de Mapeamentos dos Ambientes Promotores de Inovação no Exterior, entre eles o da França. O documento identifica os principais atores do sistema francês e mostra como eles se articulam com empresas, universidades e o setor público. 
 

A França é a 7ª maior economia do mundo e tem se posicionado de forma cada vez mais estratégica em áreas como inteligência artificial, transição energética, defesa, saúde e entre outras. É um país que combina forte investimento público em pesquisa e inovação com uma base industrial robusta e uma cultura crescente de startups. O plano France 2030, lançado pelo presidente Emmanuel Macron, por exemplo, destinou 54 bilhões de euros para apoiar tecnologias de soberania e aceleração verde e digital. 
 

Assim como a capital, Paris, outras cidades como Lyon, Toulouse, Grenoble e Lille têm um sistema ativo de apoio à inovação, com centenas de hubs, aceleradoras, clusters e fundos especializados. A França, que é o número 1 no hub europeu de startups, tem atualmente 15 mil startups e 30 unicórnios. A França ocupa o 12º lugar no Global Innovation Index 2024.

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