A Eletrobras anunciou um projeto, com fundação em tecnologias do Google Cloud, para o uso de inteligência artificial (IA) na previsão meteorológica de áreas de influência de usinas, linhas de transmissão e ativos da empresa de energia no Brasil. O objetivo é ampliar a capacidade da Eletrobras de prever eventos climáticos e orientar as tomadas de decisão da operação. O projeto é pioneiro no mundo no uso do WeatherNext, um modelo de IA desenvolvido pela Google DeepMind.
A solução trará mais confiabilidade e segurança no fornecimento de energia pela Eletrobras, uma vez que o modelo será capaz de, através da IA, antecipar a incidência de chuvas e rajadas de vento em pontos geográficos específicos.
O time de consultoria do Google Cloud trabalhou em conjunto com meteorologistas da Eletrobras para desenvolver uma aplicação que reproduz até cinco camadas da atmosfera e combina informações de imagens de satélites, radares e estações meteorológicas com algoritmos de IA para a análise dos dados. O WeatherNext Graph opera atualmente com mais de 1 milhão de pontos de análise globais, prevendo variáveis como temperatura, vento, pressão e umidade em diferentes níveis atmosféricos. A Eletrobras fez um intercâmbio de informações com o Google Cloud para treinar o modelo para operar de acordo com a demanda da empresa.
“O WeatherNext Graph representa um avanço importante na previsão do tempo, uma ferramenta de grande importância para a Eletrobras, porque amplia a capacidade da empresa de prever eventos climáticos extremos e permite um tempo mais rápido de tomada de decisão de ações como deslocamentos de equipes e manutenções preventivas. Este projeto com o Google Cloud é um marco relevante na busca da Eletrobras por soluções cada vez mais inovadoras para a sua operação, garantindo maior confiabilidade aos nossos sistemas e beneficiando, na ponta, o consumidor final”, afirma o diretor de Centros de Excelência Digitais da Eletrobras, Lucas Pinz.
O modelo é capaz de prever trajetórias de ciclones com maior precisão e com mais antecedência do que os modelos convencionais. Em 2023, a tecnologia indicou com nove dias de antecedência que o furacão Lee, por exemplo, atingiria a Nova Escócia, no Canadá, três dias antes dos sistemas tradicionais. A aplicação também identifica os chamados “rios atmosféricos” associados a risco de inundações e prevê extremos de temperatura.
No primeiro momento, a Eletrobras selecionou 10 ativos para as medições climáticas com o modelo, sobretudo no Sudeste. O desenvolvimento da aplicação para a realidade da Eletrobras foi concluído em junho e demandou 9 meses de projeto. Técnicos da empresa já têm acesso à ferramenta pelo ATMOS, o centro de monitoramento do clima da Eletrobras, localizado na sede da empresa, no centro do Rio de Janeiro. A ideia é que nos próximos meses o uso possa ser ampliado para toda a área de influência da empresa no país.
“No Google Cloud, trabalhamos com empresas de energia para fornecer o gerenciamento de dados, IA e computação de alto desempenho necessários para ajudar os líderes do setor a transformar seus negócios. Esse projeto junto à Eletrobras é um exemplo de como estamos ajudando as empresas de energia a lidar com desafios importantes, como o aumento da demanda, condições climáticas extremas e a necessidade de construir produtos inovadores, além de operar com mais eficiência”, destaca Leo Almeida, Head de Energia e Utilidades, Google Cloud Brasil.