Washington DC, 24 de abril de 2024 – A inteligência artificial (IA) apresenta um potencial imensurável para os processos de ensino, aprendizagem e pesquisa realizados nas instituições de ensino superior (IES). Para que a indústria esteja preparada para enfrentar os desafios da IA, é necessário desenvolver estruturas éticas para definir e gerenciar seu uso e implementação.
Essa é uma tarefa que não pode, e não deve, caber a nenhuma instituição sozinha: a colaboração com outras IES e o setor privado, a sistematização de boas práticas e o desenvolvimento de estruturas comuns e adaptáveis devem ser ações fundamentais para a inovação. São elas que implicarão em uma adoção ética e responsável da IA em todos seus processos.
Nesse contexto, o Diálogo Interamericano e a Microsoft, aliados estratégicos em tecnologia e educação, convocaram um grupo de trabalho dedicado a fortalecer as capacidades institucionais para desenvolver estratégias de apropriação da IA nas IES latino-americanas. A estrutura proposta a ser construída no âmbito dessa colaboração busca estabelecer princípios regionais éticos e, também, de equidade que respondam às necessidades das instituições de ensino superior na América Latina. Para garantir que este é um quadro prático e contextualizado, será essencial envolver as faculdades e universidades no seu desenvolvimento, compreender e documentar as suas experiências com a IA e os desafios que enfrentam.
Durante o encontro, realizado no dia 18 de abril em Washington DC, o Diálogo Interamericano e a Microsoft, com o apoio da Analytikus e do GitHub, e com a participação de representantes de diversas Universidades, foi iniciado um trabalho colaborativo na análise dos desafios e aprendizagens emergentes em projetos pioneiros de IA no Ensino Superior na região.
Na ocasião, foram demonstradas experiências das IES, além da revisão e discussão dos marcos éticos existentes com a definição das principais características de um marco ético adaptado às realidades contextuais da região latino-americana. Durante o encontro, o objetivo foi gerar oportunidades de diálogo entre entidades público-privadas, promover uma nova plataforma multipaíses e definir uma dinâmica de trabalho conjunto a ser executada no futuro.
Bruce Thompson, diretor de educação para as Américas da Microsoft, observou que se unir e entender onde todos estão na jornada de adoção e implantação de IA, é inestimável para as companhias e seus parceiros. “Espaços colaborativos como os que vimos durante a reunião nos permitem ajudar mais o ensino superior ao longo de sua jornada de adoção de IA“, disse.
Esse Grupo de Trabalho, um dos primeiros do gênero no mundo e pioneiro na articulação de diferentes entidades envolvidas na agenda de Inteligência Artificial e educação, é formado por representantes de IES de prestígio de países latino-americanos como o Tecnológico de Monterrey, no México; a Universidade de Los Andes e a UNIMINUTO, na Colômbia; Universidade ORT do Uruguai; Universidade Católica do Chile; Universidade de Porto Rico e a YDUQS, do Brasil; além de empresas envolvidas na agenda de IA na educação.
Jaime Galviz, vice-presidente da Microsoft América Latina, disse: “A região tem um papel vital no futuro global, não apenas por causa de seus recursos naturais e seu foco na sustentabilidade e na bioeconomia, mas também por conta de seu vasto talento humano. As universidades são pilares essenciais na formação de futuros líderes e no desenvolvimento do cenário empresarial e comercial. Por isso, é fundamental definir como a inteligência artificial influenciará o futuro desse setor. Este é o momento oportuno para dialogar e estabelecer acordos sobre sua implementação de forma responsável, ética, transparente e inclusiva, aproveitando todo o potencial de nossa região”.
Por sua vez, Ariel Fiszbein, diretor do Programa de Educação do Diálogo Interamericano, comentou: “Estamos muito entusiasmados em ver nos representantes das universidades presentes uma disposição para trabalhar de forma coletiva. Uma necessidade de desenvolver uma estratégia, um plano, que inclua recursos, para poder implementar e gerir a Inteligência Artificial nas universidades latino-americanas de forma ética e equitativa.”
As universidades, celebraram, ainda, a abertura do diálogo e a criação de espaços participativos para iniciar o processo de adoção dessa tecnologia no setor. Ana Milena Lucumi Orostegui, vice-presidente de Programas Profissionais e a Distância da Universidade de Porto Rico (RPU), disse: “A RPU, como uma universidade pública em Porto Rico, precisa estabelecer o estado da arte do fenômeno disruptivo da inteligência artificial. É importante para nós participarmos neste espaço porque somos os formadores, os educadores do futuro empreendedor, do futuro médico, enfim, daqueles que vão trabalhar pela nossa ilha.”