A Receita Federal utilizou o modelo de IA generativa do Google, o Gemini, para desenvolver uma solução que automatiza a inspeção de bagagens e pacotes internacionais, agilizando a liberação das compras, evitando a entrada de itens irregulares no país e garantindo o controle aduaneiro.

Com uma média de 800 mil remessas diárias ao Brasil, as compras internacionais aguardavam até dois meses para serem entregues e após a implantação da tecnologia do Google Cloud, alguns produtos agora chegam na residência das pessoas em menos de 1 semana.

A automatização faz parte do Programa Remessa Conforme e teve início em dezembro de 2024 no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Com a IA do Google Cloud integrada aos equipamentos de raio-x, a solução consegue, inclusive, identificar objetos suspeitos ou com entrada irregular no Brasil, como: armas, peças de carro, produtos médicos, drogas, entre outros, notificando o operador sobre alguma irregularidade. Além disso, o próprio fiscal da Receita Federal pode fazer perguntas específicas à IA, utilizando a linguagem natural, sem a necessidade de códigos. Por exemplo: ‘Existe alguma arma nessa mala?’

Com um alto volume de encomendas chegando ao país diariamente, a lentidão na averiguação também impactava no recolhimento dos impostos, isso porque se exigia o pagamento do tributo apenas depois da ação de fiscalização. Como resultado, muitos produtos acabavam sendo entregues sem a cobrança tanto do Imposto de Importação (60%), quanto do ICMS, por falta de estrutura.

Redução de imposto para o consumidor

A solução do Google Cloud também impactou positivamente no recolhimento dos impostos. Isso porque com a maior celeridade nas fiscalizações, a Receita Federal implementou alguns benefícios para o consumidor e criou um programa de adesão voluntária para as plataformas de comércio eletrônico.

Ainda dentro do Programa Remessa Conforme, a Receita Federal concede aos compradores de produtos internacionais uma redução do imposto:

• O Imposto de Importação para produtos de até 50 dólares foi reduzido de 60% para 20%. Mercadorias acima desse valor têm um desconto de 20 dólares no pagamento final.
• Plataformas de e-commerce podem voluntariamente aderir ao programa da Receita Federal para enviar informações antecipadas de compras internacionais.

No Grupo Boticário, a beleza é o ponto de partida para transformar o mundo. Mais que produtos, a empresa fomenta um ecossistema que une tecnologia e impacto positivo ao seu DNA empreendedor, com o objetivo de inovar para gerar valor. A parceria com o Google Cloud é um pilar estratégico que concretiza essa visão, posicionando a companhia como referência em inovação no Brasil e na América Latina. Através da colaboração, que inclui o teste de tecnologias em fase beta, o grupo prova que é possível aliar performance e propósito, inteligência de negócio e cuidado com o planeta para atingir resultados cada vez melhores.

“A adoção de uma estratégia baseada em dados é um dos pilares que fez com que o Grupo Boticário alcançasse resultados expressivos, tanto na otimização das tarefas das nossas equipes quanto na melhoria dos nossos processos. É uma prova de que a tecnologia nos aproxima das pessoas e nos ajuda a evoluir ainda mais como empresa. Isso não só nos torna mais eficientes e ágeis, mas também potencializa a descentralização da inovação.” – Renato Pedigoni, Vice-presidente de Tech do Grupo Boticário

O uso do Google Workspace foi um movimento estratégico para reduzir a complexidade e fomentar uma cultura de colaboração e orientada a dados. A mudança gerou resultados expressivos: o Net Promoter Score (NPS) interno das ferramentas Google evoluiu 70 pontos, e hoje 83% dos colaboradores administrativos utilizam Gemini e soluções de produtividade com IA do Google.

Essa transição impulsionou a autonomia e a gestão do conhecimento, com a criação de Google Sites internos de forma orgânica e um volume superior a 34 mil buscas mensais no Cloud Search.

Sendo uma das primeiras empresas a testar o Gemini no Brasil, ainda em 2023, o Grupo Boticário validou o potencial da ferramenta para acelerar a inovação internamente. Por meio de programas de capacitação, a empresa democratizou o uso da Inteligência Artificial Generativa, alcançando resultados expressivos: 93% dos participantes de projetos piloto relataram otimização de tempo em tarefas diárias, sendo que 35% economizaram mais de uma hora por dia.

Para automatizar e otimizar o planejamento e a análise de promoções, o Grupo Boticário lançou um produto de dados que simula cenários de impacto em indicadores como GMV, margem, desconto e ROI, e prevê a demanda de produtos sob diferentes cenários. Com isso, a plataforma sugere as melhores estratégias de preço e desconto, considerando restrições de orçamento, metas e regras de negócio.

A ferramenta é composta por diversas funcionalidades e módulos, adaptados para diferentes horizontes de planejamento da estratégia promocional. Para isso, contamos com estruturas como BigQuery, Cloud Function e Vertex AI, e dashboards que oferecem relatórios intuitivos para monitoramento de desempenho e suporte à tomada de decisão, que transformaram a gestão de campanhas promocionais que antes eram processos manuais e intuitivos em uma abordagem estratégica e assertiva, baseada em dados.

Voltado para a rede de franquias, o Modelo de Abastecimento de Rede é uma plataforma digital única que otimiza o reabastecimento para mais de 4.500 pontos de venda no Brasil. Utilizando 16 mil modelos de IA, a solução prevê vendas e sugere pedidos inteligentes através da funcionalidade “Compra Inteligente”. A plataforma, que usa BigQuery para análises de dados em grande escala e Vertex AI para automatização, alcançou 100% de adesão da rede franqueada e reduziu em até 40% as rupturas (falta de produtos) sem aumentos relevantes de estoque. Suas recomendações baseadas em IA já geraram um aumento de vendas no varejo (sellout) de 2 a 3 vezes em comparação com estratégias sem o uso de IA.

Para uma gestão de demanda industrial mais precisa, o Grupo Boticário também desenvolveu o GDEM, um produto digital proprietário responsável por gerar o plano de produção. Esta solução, que roda sua estrutura de dados no Google Cloud, substituiu processos manuais e reduziu o tempo de processamento de dados para previsão de vendas de 49 para apenas 3 horas, gerando uma economia de 70%.

Na expansão de sua presença física, o projeto Footprint utiliza modelos de Machine Learning para identificar as localizações ideais para a abertura de novas lojas, cobrindo 99% do território brasileiro. A solução, que combina modelos preditivos e de otimização, integra mais de 2.700 variáveis internas e externas, processadas em ferramentas como BigQuery e Vertex AI. Em 2024, essa abordagem resultou na abertura recorde de 134 novas lojas, na identificação de mais de 500 locais potenciais.

“Trabalhamos com os nossos clientes para criar uma nuvem de transformação capaz de acelerar a inovação por meio da democratização de dados, modernização de aplicações e infraestrutura, conexões de pessoas e transações confiáveis. O resultado, como podemos notar neste exemplo do Grupo Boticário, é uma organização que consegue aproveitar todos os benefícios da computação em nuvem para impulsionar a inovação, quebrando os silos de dados e garantindo que a organização tome decisões estratégicas de negócio mais assertivas, na velocidade e no dinamismo que seu mercado demanda”, diz Milena Leal, Diretora de Negócios de Google Cloud no Brasil.

No Brasil, a adoção de Agentes de IA — modelos especializados de grande linguagem (LLMs) que podem planejar, raciocinar e executar tarefas de forma independente – está sendo rápida, com 62% dos executivos indicando que estão atualmente aproveitando esses agentes em toda sua empresa. É o que mostra a segunda edição do estudo anual que aborda ‘Retorno do investimento (ROI) em IA’, realizado pela National Research Group a pedido de Google Cloud junto a 701 líderes empresariais no Brasil e no México e divulgado nesta quarta-feira (10), durante o Google Cloud Summit Brasil.

O levantamento aponta uma nova era nos negócios com a IA generativa, onde as organizações estão transitando de sistemas que apenas prevêem ou criam para os que podem planejar, raciocinar e agir, sem a necessidade de uma intervenção humana constante. Marketing (55%), Experiência do Cliente (54%) e Cibersegurança (52%) são as principais áreas onde estão sendo implementados. Essa foi a primeira vez que um conjunto de perguntas sobre a adoção e o uso de Agentes de IA foi adicionado à pesquisa.

“Esses apontamentos nos mostram que chegamos ao que chamamos de Agentic Era com as organizações cada vez mais interessadas na evolução da tecnologia, com planejamentos para implementar a IA que compreende contexto, faz inferências e resolve problemas, interessadas não apenas na eficiência, mas também na inteligência atrelada aos seus negócios.”, afirma Fernanda Jolo, diretora de engenharia de clientes de IA para América Latina do Google Cloud.

Os planos futuros das organizações incluem também investimentos robustos em Agentes de IA, sendo a implantação de agentes um dos três principais objetivos de negócios no Brasil e no México com a IA generativa nos próximos 3 anos, juntamente com aumento da eficiência operacional (1o) e melhorar a experiência do cliente (2o). Além disso, mais da metade dos executivos no Brasil e no México indicam que 50% ou mais do orçamento futuro de IA de sua organização é alocado para agentes.

O levantamento também apontou dados de um novo público alvo, os que já adotaram inicialmente Agentes de IA, conhecidos como ‘Agentic AI Early Adopters’. Esses acabam tendo probabilidade maior de obter ROI. Dados da pesquisa mostram que 93% dessas organizações no Brasil e no México já estão obtendo ROI em pelo menos um caso de uso de IA generativa (vs. 79% de todas as organizações Latam que usam IA generativa). Essas empresas pioneiras mostram que estão obtendo ROI principalmente na implantação de casos de uso do agente de IA em marketing (61%), atendimento e experiência do cliente (50%) e vendas (48%).

Uso de Agentes na América Latina supera o índice global

Para além do recorte Latam, o estudo sobre o ROI da IA entrevistou ao todo 3.466 líderes de empresas globais em 24 países com implantação de IA generativa em suas organizações. A nível global, o levantamento mostrou que mais da metade (52%) dos executivos relataram que suas organizações estão usando ativamente Agentes de IA. Assim como no recorte América Latina, os ‘Agentic AI Early Adopters’, que representam 13% da totalidade das organizações pesquisadas, estão obtendo retornos maiores dos seus investimentos em IA generativa, com 88% desses líderes alcançando ROI da IA generativa em pelo menos um caso de uso, em comparação com uma média de 74% em todas as organizações.

Algumas nuances regionais se destacam para o uso de Agentes de IA, como por exemplo, executivos na Europa relatam suporte técnico aprimorado por IA como a principal utilização, enquanto na Ásia-Pacífico apontaram em atendimento ao cliente, e na América Latina, marketing.

Uso da IA generativa é estratégico e alinhado aos negócios

Ainda de acordo com o estudo, os retornos dos investimentos em IA generativa continuam a fornecer resultados positivos, com 79% das organizações no Brasil e no México alcançando ROI com pelo menos um caso de uso. Além disso, cada vez mais o espaço ocupado pela inteligência artificial dentro das organizações é o de estratégia, transcendendo a inovação tecnológica. Confira abaixo:

● 80% das empresas brasileiras apontaram forte alinhamento entre a IA generativa e seus objetivos de negócios (vs. 72% das organizações mexicanas).

● Os maiores casos de uso no Brasil para a IA generativa são: produtividade individual (74%), vendas & marketing (73%) e atendimento ao cliente (72%).

● As organizações no Brasil e no México já têm clareza do impacto da IA generativa, visto que 53% relataram aumentos anuais de receita entre 6% e 10% resultantes do uso dessa tecnologia.

Recursos de outras áreas financiam a IA

Para financiar essa tecnologia, os líderes da América Latina estão mais propensos, inclusive, a realocar recursos de outras áreas que não são do orçamento de IA. Em 2025, a pesquisa mostrou que 48% dos executivos na América Latina indicaram transferir os orçamentos de outras áreas não relacionadas à IA para a IA generativa. A título de comparação, em 2024, esse percentual foi de 34%. Já no Brasil, esse movimento foi apontado por 43% dos executivos este ano.

No entanto, mais da metade (60%) das empresas brasileiras pesquisadas informaram que os investimentos em IA generativa ainda são provenientes de novo orçamento disponível, sem interferir nas finanças de outros setores, o que indica também a garantia de orçamentos dedicados. Outro recorte da importância da IA generativa dentro das organizações brasileiras é que o percentual das com nenhum plano de financiamento significativo para a IA generativa é de 0%.

Os dados completos do ‘Retorno do investimento (ROI) em IA’ (2025) podem ser consultados aqui.

Metodologia

A pesquisa ‘Retorno Sobre Investimento da IA Generativa (ROI)’, ouviu líderes de negócios de organizações com receita anual superior a US$ 10 milhões, incluindo: CEO, CIO; CFO, CMO, CTO; CISO, CDO, CSO, COO, Diretor de Estratégia Digital, VP de TI, Diretor de TI, Head de inovação e Diretor de Experiência do Cliente e Diretor de Marketing. O levantamento foi realizado de 18 de abril a 03 de junho deste ano.